quinta-feira, 24 de março de 2016

h a j a

quisera preencher as horas q rastejam com 
pés descendo dos céus: realizar dizer q
chegamos

contribuir milionariamente com 
cansaços inaudíveis vírgulas 
emails baratos sedes
insaciadas manhãs
súbitas
pretéritos
por chegar

da janela uma vista infalível

concreto q se alimita desejoso:
perigo risco de morte não
pule o muro


o expediente me come os dedos do piano
as pernas esqueço q as tenho: toneladas
amar o trem q é infalível
esquecer o trem q é infalível:
desembarcam neste momento nove
centos novos passos
cansar as costas
criar calos nos ouvidos de rádio
ralho


- o céu desconhece todas estas guerras -
assombrar-se com o ponteiro onde cabe
toda uma população de orgasmos sonos sangues
casos atos políticos
simultâneos
e regimes e rios q se findam
sem anúncio



desembarcaram cerca de quatro
mil quinhentos um passos:
e eu:
imóvel

o ar esqueço q o faço: haja

2 comentários:

  1. Seu poema me comove. Me move. Trânsito, transito.

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  2. Queria deixar um registro do tanto que senti nesse poema, mas as palavras me faltaram...

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