Mulher, o cabelo já arrumei
e do carro cuido bem há anos
na doce intenção de levar
ao cinema aberto a tal.
A tal, e qual? vieram morenas,
louras, branquelas, donzelas,
e de todas elas
ganhei os pedaços do negativo
do seu todo retrato.
Mulher, já vi nos seus olhos tanto brilho
que eu andarilho até parei;
início então à narrativa carmim
que corre entre dois.
E se hoje o pó mágico baixou, mulher
dos nossos olhares,
digo que a culpa é de ninguém.
Seu zodíaco já li e reli,
comprei rosas como fazem nas
películas,
esboço uma carta, mulher, de amor
p'ra ver se revive o gosto de sonho
que tinha nosso arroz e feijão.
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