quinta-feira, 3 de outubro de 2013

maré

o riso do homem
ninguém menciona,
sozinho quando lembra
de piada e constrange
o ônibus.

da cama quando chora
ninguém ouve; ele chora
mais alto pra ver se vêm
com a ambulância.

pelas ruas do bairro
recolhem o lixo, cantam
nos bares e latem
o pulmão.

ambulância nenhuma
e se fossem mil, pra quê?
de consolo basta a aorta
e sua voz é da que
arranha
seda.

nos pratos de vidro
ele busca a redenção,
vivendo pelas negativas
a afirmação do ser.

talvez chore porque o desejo 
é m a i o r que toda a realidade 
do mundo.

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