domingo, 10 de fevereiro de 2013

Deixei o bluebird sair por um momento. Não voa desde o início dos seus tempos, sentiu sua primeira paisagem bonita; mostre o bico, algumas penas, os globos, vá. Mostrou como quem não mostra, os olhos no espelho e os reflexos vendo outros reflexos, mas ali ele estava: fora do tórax. E se o que viu do outro lado do espelho não passou de decepção risível, voltou pra gaiola óssea sem arrependimentos. Perdera o medo de transbordar quando fosse preciso e sobretudo sincero, independente do fruto podre que recebesse em retorno de uma árvore outrora tão verde. C’est la vie, diriam. Pensei, pensou, pensamos, chorou, até que cantou hoje no meu ouvido um negocinho na voz de fiapo de algodão: é um outro bluebird que não sai. 

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