quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

elegia

Mulher, o cabelo já arrumei
e do carro cuido bem há anos
na doce intenção de levar 
ao cinema aberto a tal.

A tal, e qual? vieram morenas,
louras, branquelas, donzelas,
e de todas elas
ganhei os pedaços do negativo
do seu todo retrato.

Mulher, já vi nos seus olhos tanto brilho
que eu andarilho até parei;
início então à narrativa carmim 
que corre entre dois.

E se hoje o pó mágico baixou, mulher
dos nossos olhares,
digo que a culpa é de ninguém.

Seu zodíaco já li e reli,
comprei rosas como fazem nas
películas,
esboço uma carta, mulher, de amor
p'ra ver se revive o gosto de sonho
que tinha nosso arroz e feijão.

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