domingo no parque eu
comprei um coco e afago
seu cabelo como se
fosse o céu.
num ato imprimo tudo que já
me foi, qual reza: violão de 72,
versos duma antologia e
silhuetas dos anjos.
que seu desprazer
se vire do avesso.
que a minha voz de mulher
te encha o estômago sem dinheiro.
os sentidos cinco bastam
para que esqueça da morte.
que eu cubra o azul
escuro do teu ser
com o claro dos gestos brutos.
que eu lave o ralhar
e o resto
com a ponta dos cílios
até que se vira e sopra
que eu sempre fique.
que eu instale a palavra
sem nunca a pronunciar.
o sol é pálido e te põe pra dormir;
que eu cure e seja o peso da ida.
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